ESG:

O que é e como colocar em prática

Entenda o que é ESG e como implantar as melhores práticas para aumentar o seu potencial competitivo e se destacar no mercado

Topo

Introdução

Práticas ESG, empresas ESG, estratégia ESG, agenda ESG: essas são algumas das maneiras pelas quais o mercado vem se referindo às ações intencionais conduzidas por empresas públicas e privadas, que resultam em benefício para o ambiente (E, de Environment), promoção do desenvolvimento social (S, de Social) e governança (G, de Governance). 

Essas práticas atraem investidores, clientes, melhores fornecedores e colaboradores talentosos em busca de empresas com propósito. Até bem pouco tempo, esses aspectos eram acompanhados de maneira dispersa pelas empresas. Cada departamento identificava e monitorava indicadores específicos. Hoje, eles são delimitados e acompanhados, de acordo com as práticas ESG adotadas pela sua empresa.

O ESG é usado para demonstrar o quanto um negócio está comprometido em minimizar os impactos ambientais, construir um mundo melhor, mais justo e responsável para as pessoas e as futuras gerações. Além disso, o ESG também pode ser usado para investimentos com critérios de sustentabilidade. Em vez de analisar apenas índices financeiros, por exemplo, investidores também observam fatores ambientais, sociais e de governança de uma companhia.

Vamos explicar a você o que significa ESG, essa tendência global cada vez mais difundida entre empresas brasileiras. Vamos também apresentar o passo a passo para que você possa avaliar sua realidade e construir suas práticas, alinhadas com as diretrizes do mercado. ESG vai muito além da sigla e de ser socialmente responsável. Aderir a uma agenda ESG é comprometer-se com as gerações futuras, com uma sociedade mais inclusiva, diversa e transparente.

O ESG é muito mais que uma sigla: ele promove a mudança

É importante entender que o ESG se trata de um conceito ainda em fase de consolidação. Vai muito além da adoção de práticas isoladas relacionadas a cada uma das palavras que formam a sigla.

Trata-se de uma avaliação dos impactos (positivos e negativos) das ações e processos adotados pelas empresas em relação a cada um dos aspectos.

É preciso ir muito além da legislação, de aspectos normativos e do discurso. No estudo “From the Stockholder to the Stakeholder”, elaborado pela Universidade de Oxford e consultoria Arabesque Partner, são apresentados alguns possíveis indicadores que uma empresa que pretende adotar práticas ESG pode definir e acompanhar.

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Artigo “From the Stockholder to the Stakeholder”

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Artigo “From the Stockholder to the Stakeholder”

Ambiental

Biodiversidade e uso da terra

Emissões de carbono

Riscos das mudanças climáticas

Uso da energia

Fontes renováveis de materiais

Riscos regulatórios e legais

Gerenciamento da cadeia de fornecimento

Descarte e reciclagem

Gerenciamento de água

Condições do tempo

Social

Relações com a comunidade

Negócios polêmicos

Relacionamento com o consumidor / produto

Questões de diversidade

Relacionamento com empregados

Saúde e segurança

Gerenciamento do capital humano

Direitos Humanos

Marketing responsivo e P&D

Relações com sindicatos

Governança

Responsabilidade

Medidas anticorrupção

Estrutura e tamanho do board de direção

Propina e corrupção

Dualidade do CEO

Esquemas de remuneração para executivos

Direitos dos acionistas

Transparência

Procedimentos de votação

Estrutura societária

Fonte: “From the Stockholder to the Stakeholder”, elaborado pela Universidade de Oxford e consultoria Arabesque Partner

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Artigo “A Evolução do ESG no Brasil”

Curiosidade

No relatório “A Evolução do ESG no Brasil”, elaborado pela Rede Brasil do Pacto Global e pela consultoria Stilingue, a ESG é definida como a visão do mercado de capitais sobre a sustentabilidade.

Nesse mesmo estudo, a sigla ESG aparece combinada a outras expressões do universo corporativo, o que reforça a ideia de que é um conceito em evolução.

Destas, as oito mais usadas foram:

Questões ESG16%

Agenda ESG14%

Critérios ESG13%

Movimento ESG10%

Iniciativa ESG9%

Políticas ESG9%

Fatores ESG8%

Tendência ESG7%

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Artigo “A Evolução do ESG no Brasil”

Imagem de destaque

Entenda onde tudo começou

A sigla ESG passou a ser difundida  junto ao mercado investidor, como forma de motivar o chamado investimento responsável. Apareceu pela primeira vez, dentro desse contexto, em 2005, no relatório Who Cares Wins (Quem se importa, ganha), patrocinado pela Organização das Nações Unidas e elaborado por representantes de grandes empresas do setor financeiro.

Na perspectiva da época, investimento responsável era aquele que levava em consideração outros aspectos além dos lucros. Quem vai escolher onde investir, trabalhar ou comprar, leva em conta não apenas a lucratividade, os resultados, os ativos, mas também a maneira como a empresa gerencia os impactos ambientais, sociais e de governança.

O relatório Who Cares Wins apresenta os aspectos ESG de forma prática, aplicada aos negócios:

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Artigo “A Evolução do ESG no Brasil”

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Quem ganha com ESG?

Adotar práticas ESG traz benefícios diretos e indiretos para as organizações.

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Pesquisa “ESG e as Empresas de Capital Aberto”

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Pesquisa “ESG e as Empresas de Capital Aberto”

Uma pesquisa publicada em 2021, conduzida pela Grant Thornton Brasil, XP Inc. e a Fundação Dom Cabral constatou que a valorização da marca corporativa foi o principal benefício citado pelas lideranças de empresas que adotam práticas ESG.

Foram entrevistadas 167 representantes de empresas brasileiras. Os benefícios, pela ordem das respostas, foram:

Fonte: Pesquisa ESG e as Empresas de Capital Aberto

Práticas ESG alinhadas à natureza do negócio, tem impacto positivo também na relação da empresa com seus públicos estratégicos.

Crie sua agenda ESG

Os critérios ESG derivam das discussões sobre Desenvolvimento Sustentável, que apareceram pela primeira vez em 1992, no relatório Nosso Futuro Comum, elaborado pela Comissão Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, ligada à Organização das Nações Unidas, que é definido como:

“Aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a habilidade das gerações futuras de atender às suas próprias necessidades.”

Existem inúmeros guias que orientam as empresas a refletir sobre seu papel enquanto colaboradoras para o desenvolvimento sustentável do planeta. A maior parte deles sugere que, antes de começar, as organizações façam uma avaliação interna dos critérios ou indicadores alinhados ao seu negócio.

Um roteiro que pode ajudar nessa investigação são os desafios estabelecidos pela ONU nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS):

1. Defina Prioridades

Após a adoção das diretrizes, é hora de avaliar os impactos que sua empresa gera. Seguir o roteiro das ODS ou do relatório Who Cares Wins ajuda a guiar essa primeira avaliação, que pode ser feita pela própria equipe da empresa ou por consultorias especializadas.

Nessa etapa, é analisada a maneira de reduzir os impactos negativos e potencializar os positivos. Para isso, uma das ferramentas que pode auxiliar é o ERP. Por meio de dados, é possível avaliar, por exemplo, práticas de recursos humanos (equidade de posições de liderança entre homens e mulheres, contratação de minorias étnico-raciais), da cadeia de produção (desperdícios, descarte inadequado, fornecedores não conformes) e da governança (informações sobre tributos, transparência, relatórios obrigatórios para o governo).

Cada empresa pode fazer sua análise a partir dos indicadores mais alinhados às suas práticas, cultura organizacional, propósito e natureza do negócio. É possível selecionar, entre as ODS, duas ou três que serão prioritárias e que vão merecer esforços e investimentos maiores.

O número 5, por exemplo, trata de igualdade de gênero e empoderamento feminino. Isso pode ser endereçado com a contratação de mais mulheres, abertura de mais oportunidade para lideranças femininas, ciclos de palestras exclusivas para mulheres, ações comunicacionais que valorizem a equidade.

Curiosidade

Por ser uma tendência e influenciar investimentos, existem empresas que optam por fazer uma espécie de “maquiagem” em relação às práticas ESG. Atitude nada recomendável. Isso é conhecido como “Greenwashing”, ou “banho verde”. Um exemplo é o da empresa que valoriza o meio ambiente em suas propagandas, mas despeja esgoto sem tratamento nos rios da cidade onde atua.

Nessa etapa, é analisada a maneira de reduzir os impactos negativos e potencializar os positivos. Para isso, uma das ferramentas que pode auxiliar é o ERP. Por meio de dados, é possível avaliar, por exemplo, práticas de recursos humanos (equidade de posições de liderança entre homens e mulheres, contratação de minorias étnico-raciais), da cadeia de produção (desperdícios, descarte inadequado, fornecedores não conformes) e da governança (informações sobre tributos, transparência, relatórios obrigatórios para o governo).

Cada empresa pode fazer sua análise a partir dos indicadores mais alinhados às suas práticas, cultura organizacional, propósito e natureza do negócio. É possível selecionar, entre as ODS, duas ou três que serão prioritárias e que vão merecer esforços e investimentos maiores.

O número 5, por exemplo, trata de igualdade de gênero e empoderamento feminino. Isso pode ser endereçado com a contratação de mais mulheres, abertura de mais oportunidade para lideranças femininas, ciclos de palestras exclusivas para mulheres, ações comunicacionais que valorizem a equidade.

Antes de iniciar um planejamento, é preciso que a adoção de práticas ESG esteja alinhada à cultura da empresa e conte com o apoio da alta liderança. As pessoas, sejam clientes, fornecedores ou colaboradores, enxergam modelos de comportamento na gestão.

Muitas vezes, um trabalhador só vai reduzir o consumo de papel e plástico dentro da empresa e em casa, se esse comportamento for observado nos líderes diretos. Um cliente só vai retornar uma embalagem se perceber que a empresa da qual comprou faz o mesmo. Ações assim estão alinhadas ao objetivo 12, que trata de consumo e produção responsáveis.

Outro aspecto importante quando se trata de ESG é a coerência entre o que se faz e o que se diz. Não basta, por exemplo, encher a rede social de postagens que valorizam a diversidade, se a organização contrata exclusivamente pessoas brancas, cisgênero, casadas e com filhos. É preciso promover políticas de Recursos Humanos que priorizem a contratação de mulheres, pessoas trans, pessoas pretas, pessoas com deficiência, pessoas de diferentes idades etc.

2. Estabeleça e acompanhe os indicadores de ESG

Quando se trata de ESG, o estabelecimento de metas que possam ser quantificadas é uma das etapas fundamentais. Não basta decidir, de maneira subjetiva, que vai reduzir o impacto no meio ambiente.

É preciso definir que, em um ano, a empresa deixará de descartar dez toneladas de resíduos na natureza. Ou que com a implementação de energia solar, vai economizar 60% de energia elétrica.

As metas são estabelecidas quando a empresa escolhe os aspectos ESG sobre os quais quer trabalhar e que tenham alinhamento com a natureza do seu negócio e seu propósito corporativo. Cada vez mais, as organizações têm divulgado essas metas e se aproveitado positivamente da boa imagem que seu cumprimento gera. Um dos exemplos é o programa de trainee do Magazine Luiza para pessoas pretas, que foi destaque na imprensa nacional por algumas semanas.

O acompanhamento desses indicadores tem um aliado no ERP, que pode ser adaptado para registrar informações relacionadas a cada uma dessas metas e gerar relatórios sobre seu acompanhamento/cumprimento.

Com o uso da inteligência artificial, pode consolidar informações para levar à tomada de decisão, gerar relatórios em tempo real e orientar a tomada de decisão em situações em que isso for necessário.

Programas de acompanhamento da rede de fornecedores, de inclusão na força de trabalho e de correto descarte de materiais, todos eles geram indicadores e processos que são acompanhados pelo ERP.

3. Alinhe a cultura organizacional com o ESG

O estabelecimento e a operação de acordo com práticas ESG envolvem o alinhamento com a cultura organizacional da empresa e de sua liderança.

Ao priorizar, é importante avaliar os valores que a organização possui, seu propósito e o engajamento das pessoas em trabalhar de acordo com as diretrizes estabelecidas.

Reduzir o volume de papel, por exemplo, pode ser fácil para algumas pessoas e extremamente difícil para outras. É preciso que as duas compartilhem da mesma visão sobre a importância dessa ação para o meio ambiente. Outro exemplo, é quanto às práticas anticorrupção. Todos devem ter consciência sobre cumprir leis, denunciar desvios, corrigir erros graves.

Um dos caminhos para a implementação de práticas ESG é o diálogo sobre a importância da mudança de conduta. Normalmente, as empresas elegem uma área para conduzir o processo, mas a adesão depende da organização como um todo. Por isso, existe um grande investimento em processos de gestão de mudança, engajamento e inovação.

Muitas vezes, ser uma empresa responsável vai envolver alterar processos inteiros, investir em áreas prioritárias, começar a fazer algo ou parar de fazer algo que era bastante costumeiro.

A Comunicação Interna tem um papel essencial quando as empresas adotam uma agenda ESG, desde o processo de gestão de mudança até a divulgação massiva das práticas e seu acompanhamento interno. Ações comunicacionais ajudam a fortalecer as práticas, promovem engajamento e mostram os resultados.

4. Compartilhe boas práticas de ESG

Uma vez que a empresa adota práticas ESG, passa a ter a responsabilidade de divulgar informações internamente para conquistar engajamento.

Também é importante acompanhar as ações e medir resultados, para depois comunicar o balanço do que está sendo feito. Existem no mercado diferentes modelos de prestação de contas. O mais conhecido deles é o Global Report Iniciative (GRI), estruturado de acordo com os critérios das ODS. Para cada meta estabelecida, é preciso demonstrar o que a empresa fez de modo concreto.

Normalmente, os relatórios são feitos anualmente, mas é recomendável que as empresas divulguem a evolução de suas práticas na medida em que elas começam a dar resultados. Para isso, são adotadas estratégias de comunicação integrada. O conteúdo que vai para uma rede social, por exemplo, pode ir também para a imprensa. Tudo isso, depois de ampla divulgação interna.

Existem também as premiações, as rodadas de investimento, os workshops e seminários sobre o tema, onde sempre acontece o compartilhamento de boas práticas. Periodicamente, são abertos editais exclusivos para investimento em empresas que adotam ESG e já existem premiações específicas, que contribuem para fortalecer a reputação corporativa.

1. Defina Prioridades

Após a adoção das diretrizes, é hora de avaliar os impactos que sua empresa gera. Seguir o roteiro das ODS ou do relatório Who Cares Wins ajuda a guiar essa primeira avaliação, que pode ser feita pela própria equipe da empresa ou por consultorias especializadas.

Nessa etapa, é analisada a maneira de reduzir os impactos negativos e potencializar os positivos. Para isso, uma das ferramentas que pode auxiliar é o ERP. Por meio de dados, é possível avaliar, por exemplo, práticas de recursos humanos (equidade de posições de liderança entre homens e mulheres, contratação de minorias étnico-raciais), da cadeia de produção (desperdícios, descarte inadequado, fornecedores não conformes) e da governança (informações sobre tributos, transparência, relatórios obrigatórios para o governo).

Cada empresa pode fazer sua análise a partir dos indicadores mais alinhados às suas práticas, cultura organizacional, propósito e natureza do negócio. É possível selecionar, entre as ODS, duas ou três que serão prioritárias e que vão merecer esforços e investimentos maiores.

O número 5, por exemplo, trata de igualdade de gênero e empoderamento feminino. Isso pode ser endereçado com a contratação de mais mulheres, abertura de mais oportunidade para lideranças femininas, ciclos de palestras exclusivas para mulheres, ações comunicacionais que valorizem a equidade.

Curiosidade

Por ser uma tendência e influenciar investimentos, existem empresas que optam por fazer uma espécie de “maquiagem” em relação às práticas ESG. Atitude nada recomendável. Isso é conhecido como “Greenwashing”, ou “banho verde”. Um exemplo é o da empresa que valoriza o meio ambiente em suas propagandas, mas despeja esgoto sem tratamento nos rios da cidade onde atua.

Nessa etapa, é analisada a maneira de reduzir os impactos negativos e potencializar os positivos. Para isso, uma das ferramentas que pode auxiliar é o ERP. Por meio de dados, é possível avaliar, por exemplo, práticas de recursos humanos (equidade de posições de liderança entre homens e mulheres, contratação de minorias étnico-raciais), da cadeia de produção (desperdícios, descarte inadequado, fornecedores não conformes) e da governança (informações sobre tributos, transparência, relatórios obrigatórios para o governo).

Cada empresa pode fazer sua análise a partir dos indicadores mais alinhados às suas práticas, cultura organizacional, propósito e natureza do negócio. É possível selecionar, entre as ODS, duas ou três que serão prioritárias e que vão merecer esforços e investimentos maiores.

O número 5, por exemplo, trata de igualdade de gênero e empoderamento feminino. Isso pode ser endereçado com a contratação de mais mulheres, abertura de mais oportunidade para lideranças femininas, ciclos de palestras exclusivas para mulheres, ações comunicacionais que valorizem a equidade.

Antes de iniciar um planejamento, é preciso que a adoção de práticas ESG esteja alinhada à cultura da empresa e conte com o apoio da alta liderança. As pessoas, sejam clientes, fornecedores ou colaboradores, enxergam modelos de comportamento na gestão.

Muitas vezes, um trabalhador só vai reduzir o consumo de papel e plástico dentro da empresa e em casa, se esse comportamento for observado nos líderes diretos. Um cliente só vai retornar uma embalagem se perceber que a empresa da qual comprou faz o mesmo. Ações assim estão alinhadas ao objetivo 12, que trata de consumo e produção responsáveis.

Outro aspecto importante quando se trata de ESG é a coerência entre o que se faz e o que se diz. Não basta, por exemplo, encher a rede social de postagens que valorizam a diversidade, se a organização contrata exclusivamente pessoas brancas, cisgênero, casadas e com filhos. É preciso promover políticas de Recursos Humanos que priorizem a contratação de mulheres, pessoas trans, pessoas pretas, pessoas com deficiência, pessoas de diferentes idades etc.

2. Estabeleça e acompanhe os indicadores de ESG

Quando se trata de ESG, o estabelecimento de metas que possam ser quantificadas é uma das etapas fundamentais. Não basta decidir, de maneira subjetiva, que vai reduzir o impacto no meio ambiente.

É preciso definir que, em um ano, a empresa deixará de descartar dez toneladas de resíduos na natureza. Ou que com a implementação de energia solar, vai economizar 60% de energia elétrica.

As metas são estabelecidas quando a empresa escolhe os aspectos ESG sobre os quais quer trabalhar e que tenham alinhamento com a natureza do seu negócio e seu propósito corporativo. Cada vez mais, as organizações têm divulgado essas metas e se aproveitado positivamente da boa imagem que seu cumprimento gera. Um dos exemplos é o programa de trainee do Magazine Luiza para pessoas pretas, que foi destaque na imprensa nacional por algumas semanas.

O acompanhamento desses indicadores tem um aliado no ERP, que pode ser adaptado para registrar informações relacionadas a cada uma dessas metas e gerar relatórios sobre seu acompanhamento/cumprimento.

Com o uso da inteligência artificial, pode consolidar informações para levar à tomada de decisão, gerar relatórios em tempo real e orientar a tomada de decisão em situações em que isso for necessário.

Programas de acompanhamento da rede de fornecedores, de inclusão na força de trabalho e de correto descarte de materiais, todos eles geram indicadores e processos que são acompanhados pelo ERP.

3. Alinhe a cultura organizacional com o ESG

O estabelecimento e a operação de acordo com práticas ESG envolvem o alinhamento com a cultura organizacional da empresa e de sua liderança.

Ao priorizar, é importante avaliar os valores que a organização possui, seu propósito e o engajamento das pessoas em trabalhar de acordo com as diretrizes estabelecidas.

Reduzir o volume de papel, por exemplo, pode ser fácil para algumas pessoas e extremamente difícil para outras. É preciso que as duas compartilhem da mesma visão sobre a importância dessa ação para o meio ambiente. Outro exemplo, é quanto às práticas anticorrupção. Todos devem ter consciência sobre cumprir leis, denunciar desvios, corrigir erros graves.

Um dos caminhos para a implementação de práticas ESG é o diálogo sobre a importância da mudança de conduta. Normalmente, as empresas elegem uma área para conduzir o processo, mas a adesão depende da organização como um todo. Por isso, existe um grande investimento em processos de gestão de mudança, engajamento e inovação.

Muitas vezes, ser uma empresa responsável vai envolver alterar processos inteiros, investir em áreas prioritárias, começar a fazer algo ou parar de fazer algo que era bastante costumeiro.

A Comunicação Interna tem um papel essencial quando as empresas adotam uma agenda ESG, desde o processo de gestão de mudança até a divulgação massiva das práticas e seu acompanhamento interno. Ações comunicacionais ajudam a fortalecer as práticas, promovem engajamento e mostram os resultados.

4. Compartilhe boas práticas de ESG

Uma vez que a empresa adota práticas ESG, passa a ter a responsabilidade de divulgar informações internamente para conquistar engajamento.

Também é importante acompanhar as ações e medir resultados, para depois comunicar o balanço do que está sendo feito. Existem no mercado diferentes modelos de prestação de contas. O mais conhecido deles é o Global Report Iniciative (GRI), estruturado de acordo com os critérios das ODS. Para cada meta estabelecida, é preciso demonstrar o que a empresa fez de modo concreto.

Normalmente, os relatórios são feitos anualmente, mas é recomendável que as empresas divulguem a evolução de suas práticas na medida em que elas começam a dar resultados. Para isso, são adotadas estratégias de comunicação integrada. O conteúdo que vai para uma rede social, por exemplo, pode ir também para a imprensa. Tudo isso, depois de ampla divulgação interna.

Existem também as premiações, as rodadas de investimento, os workshops e seminários sobre o tema, onde sempre acontece o compartilhamento de boas práticas. Periodicamente, são abertos editais exclusivos para investimento em empresas que adotam ESG e já existem premiações específicas, que contribuem para fortalecer a reputação corporativa.

Acompanhe empresas que adotaram as práticas de ESG

Amplie seus conhecimentos e estude ESG

O tema ESG é amplo e existe muito material de qualidade disponível. Livros, conteúdos eletrônicos, cursos, relatórios, seminários etc. É altamente recomendável estudar primeiro e pensar na adoção de práticas depois. 

Outra dica é contratar uma empresa ou profissional que possa guiar a empresa pelo processo de implementação, de modo a garantir a adesão da liderança e promover a devida conscientização interna e externa. A adoção de práticas ESG pode transformar alguns processos, o que vai envolver uma mentalidade aberta para a inovação e para a construção coletiva.

A seguir, fizemos uma seleção de sites e materiais complementares que podem ajudar sua empresa a iniciar ou consolidar essa jornada.

Estratégia ODS

Coalização de empresas, municípios e organizações da sociedade civil para a promoção de debates sore o tema.

Pacto Global Rede Brasil

Conteúdos sobre empresas brasileiras e suas experiências na adesão ao Pacto Global.

Padrões GRI (em português)

Diretrizes sobre como as empresas podem elaborar sua prestação de contas sobre ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável).

Inovação: o motor do ESG

Organizado pela Fundação Dom Cabral, reúne cases, análises e relatórios sobre boas práticas em ESG.

Acompanhe um resumo

A partir do que apresentamos, é possível criar um passo a passo para a criação de uma agenda ESG na sua organização. O principal é o seguinte:

Sobre Equidade salarial

O relatório de equidade salarial disponível no link abaixo foi produzido pelo Ministério do Trabalho e Emprego com base em informações do relatório do e-Social referente ao ano de 2022.

Por esse motivo, imprescindível considerar os seguintes aspectos ao fazer sua leitura:

– Os dados são referentes a dezembro de 2022, por isso, não representam o cenário atual da Sankhya e não servem como parâmetro para indicar números ou informações sobre aspectos de igualdade salarial definidos pela Lei 14.611/2023 e Decreto 11.514/2023;

– O agrupamento de cargos feitos pelo Ministério do Trabalho foi realizado de maneira muito ampla, reunindo e comparando em uma mesma categoria cargos de carreira de desenvolvimento de software com cargos de carreira de recursos humanos, por exemplo, não permitindo um agrupamento específico entre carreiras da mesma trilha para fins de comparação;

– Não foram observadas as premissas do art. 461 da CLT, que definem critérios objetivos para fins de comparação entre salários, considerando identidade de função, valor do serviço, localidade, diferença de tempo de serviço não superior a quatro anos e diferença de tempo na função não superior a dois anos. Em caso de dúvida, procure a equipe de Pessoas e Cultura da Sankhya através do e-mail: pessoasecultura@sankhya.com.br

Fontes

A evolução do ESG no Brasil, produzido pelo Pacto Global Rede Brasil e Stilingue.

Who Cares Wins: connecting financial markets to a Changing World, produzido pelo Global Compact

SDG Compass: Diretrizes para a implementação dos ODS nas estratégias de negócios, produzido pelo Global Report Initiative (GRI), United Nations Global COmpact e WBSCD

Novo Valor: Sustentabilidade nas Empresas, produzido pela BM&F Bovespa

ESG e as empresas de capital aberto, produzido pela Grant Thornton, Fundação Dom Cabral e XP Investimentos