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Redator Sankhya

Postado dia 08/12/2025 14:45

Nanoempreendedor: conheça a nova categoria tributária

Entenda o conceito de nanoempreendedor, quais são os benefícios e como se enquadrar nessa modalidade tributária.

Homem realizando entrega de comida, com mochila de entrega, vestido com roupas de trabalho e capacete. A imagem ilustra o cotidiano de um nanoempreendedor, como entregador de aplicativos, que gerencia seu próprio negócio de forma independente.

Nanoempreendedor é um novo termo que começa a despertar a curiosidade de quem deseja ter o próprio negócio. Com as transformações no mercado e o avanço das tecnologias, novas formas de atuação e de formalização surgem para atender quem busca autonomia e flexibilidade.

Nesse cenário, uma nova categoria começa a ganhar espaço entre os profissionais que trabalham por conta própria. Uma alternativa pensada para simplificar a vida de quem quer começar, mas com segurança e respaldo legal.

Neste artigo, entenda o conceito de nanoempreendedor, quais são os benefícios e como se enquadrar nessa modalidade tributária. Confira!

O que é nanoempreendedor?

O nanoempreendedor é uma categoria tributária que formaliza trabalhadores independentes e pequenos prestadores de serviço que atuam em menor escala do que o microempreendedor individual (MEI).

Voltada a quem fatura menos e possui uma estrutura reduzida, essa modalidade simplifica a abertura e a gestão do próprio negócio. Podem ser enquadradas pessoas físicas com receita bruta anual igual ou inferior a R$ 40,5 mil, valor que representa metade do limite permitido aos MEIs.

Com isso, o governo busca incluir formalmente profissionais que antes ficavam à margem do sistema, oferecendo um caminho acessível para regularização. O nanoempreendedor conta com menos obrigações burocráticas e maior facilidade para se manter em conformidade.

Quem pode ser nanoempreeendedor?

Essa nova categoria foi pensada especialmente para quem atua de forma liberal, com faturamento reduzido e sem estrutura empresarial. A seguir, veja quem pode se beneficiar desse novo modelo de formalização:

  • Trabalhadores autônomos: profissionais que prestam serviços por conta própria, como diaristas, pintores, manicures e eletricistas, e desejam regularizar suas atividades.
  • Pequenos prestadores de serviço: pessoas que realizam atividades eventuais ou de baixa complexidade, com faturamento anual limitado, inferior ao permitido para o MEI.
  • Empreendedores iniciantes: quem está começando um negócio de forma individual e não possui capital, clientela ou estrutura para se enquadrar em categorias maiores.
  • Profissionais informais: aqueles que já exercem alguma atividade econômica, mas ainda não possuem registro e buscam segurança jurídica e acesso a benefícios previdenciários.

Quais são os benefícios de se tornar nanoempreendedor?

A criação do nanoempreendedor representa um novo passo na valorização dos pequenos negócios. Além de simplificar a formalização, ela busca garantir mais dignidade e oportunidades para quem sempre trabalhou de forma independente.

A seguir, conheça as vantagens dessa nova modalidade e como ela pode transformar o dia a dia de quem empreende em pequena escala.

Formalização simplificada

O registro como nanoempreendedor será digital, rápido e com o mínimo de burocracia, facilitando a entrada de quem atua na informalidade e quer trabalhar de forma legal.

Com um CNPJ próprio, o profissional ganha proteção jurídica e pode emitir notas fiscais. A formalização também ajuda na construção de uma identidade profissional mais estruturada. 

Carga tributária reduzida

O regime do nanoempreendedor prevê uma contribuição simbólica e proporcional ao faturamento, possibilitando que mais pessoas consigam se formalizar sem comprometer a renda mensal. A carga tributária menor em relação ao MEI torna o modelo mais acessível.

Essa política amplia a base de empreendedores legalizados no país, e o resultado é mais inclusão econômica e oportunidades de crescimento.

Acesso à Previdência Social

Com o cadastro ativo, o nanoempreendedor se torna um contribuinte na Previdência de forma simplificada, garantindo direitos como aposentadoria, auxílio-doença e salário-maternidade. Trata-se de um passo importante para proteger quem trabalha por conta própria.

Além disso, reduz a vulnerabilidade social e oferece mais tranquilidade no dia a dia. Formalizar-se passa a ser também um ato de segurança pessoal e familiar.

Emissão de nota fiscal

O nanoempreendedor pode emitir notas fiscais para seus serviços e produtos, ampliando as chances de parceria com empresas e clientes formais, que exigem documentação. Essa emissão fortalece a credibilidade e profissionaliza o negócio.

A regularização também ajuda na participação em licitações e editais públicos. Dessa forma, o trabalho passa a ter reconhecimento de mercado.

Inclusão financeira e acesso a crédito

Com um CNPJ ativo, o nanoempreendedor tem acesso a serviços bancários e linhas de crédito, incluindo abertura de conta PJ e programas de microfinanciamento específicos. Esses recursos ajudam na compra de materiais, equipamentos ou capacitação.

A formalização amplia as possibilidades de investimento e crescimento do negócio. É uma forma de impulsionar o desenvolvimento com base em oportunidades reais.

Valorização e visibilidade

Ser reconhecido como nanoempreendedor é também um ato de valorização social. Essa categoria legitima o esforço de quem trabalha de forma independente, além de fortalecer a economia local e criar novos caminhos de renda.

O reconhecimento formal eleva a autoestima dos trabalhadores e abre portas para novas parcerias. Pequenos negócios ganham mais voz e relevância dentro do mercado nacional.

Qual é a diferença entre nanoempreendedor e MEI?

Embora o nanoempreendedor e o MEI tenham o mesmo propósito de incentivar a formalização, eles se diferenciam principalmente pelo porte e pelo limite de faturamento.

O nanoempreendedor foi criado para quem atua em escala ainda menor, com receita bruta anual de até R$ 40,5 mil, metade do teto do MEI. Além disso, a carga tributária é mais baixa e possui menos obrigações acessórias.

Já o MEI abrange quem possui estrutura um pouco mais consolidada, podendo faturar até R$ 81 mil por ano. Em comum, ambas as categorias buscam simplificar a formalização e ampliar o acesso à proteção social.

Quando começará a valer essa nova modalidade?

A nova categoria de nanoempreendedor começará a valer em janeiro de 2026, conforme previsto na regulamentação decorrente da reforma tributária sancionada em 2024. Até lá, o governo federal, por meio da Receita Federal e do Ministério da Fazenda, trabalha na definição das regras complementares.

Essas normas vão detalhar critérios de adesão, forma de recolhimento dos tributos e procedimentos de registro.

A implementação está sendo planejada para ocorrer junto à transição do novo sistema tributário nacional. A partir dessa data, será possível o enquadramento oficial na categoria.

Como o nanoemprendedor pode se preparar?

Embora a nova categoria ainda não esteja em vigor, quem pretende se enquadrar como nanoempreendedor pode começar desde já a se organizar.

Antecipar alguns passos facilita o processo de formalização e garante uma transição mais simples quando a modalidade for oficialmente implementada. Veja a seguir como se preparar:

  • Organize suas finanças: registre entradas e saídas, defina um controle mensal e acompanhe o faturamento para verificar se ele se encaixa no limite.
  • Revise sua atividade: confirme se o serviço ou produto que você oferece pode ser enquadrado na categoria e mantenha registros que comprovem sua atuação.
  • Busque orientação contábil: um contador ou consultor ajuda a interpretar as regras e garantir que o enquadramento futuro esteja correto.
  • Atualize sua documentação: mantenha CPF, comprovante de residência e outros documentos pessoais em dia, pois eles serão necessários para o registro.
  • Invista em capacitação: aproveite o período até a vigência da lei para aprender sobre gestão, precificação e marketing digital.
  • Acompanhe as atualizações oficiais: siga os canais da Receita Federal e do Ministério da Fazenda para ficar por dentro da regulamentação e prazos.

Conclusão

A criação do nanoempreendedor marca um avanço importante na modernização da estrutura tributária e na valorização do trabalho independente no Brasil. Ela representa uma oportunidade concreta de inclusão econômica e formalização de milhões de profissionais.

Com regras mais acessíveis e menor carga burocrática, o modelo promete aproximar o empreendedorismo da realidade de quem atua em pequena escala. À medida que a regulamentação avance, o desafio será transformar esse potencial em resultados práticos.

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