O método Milk Run (MR) tem se mostrado uma abordagem eficiente para otimizar as operações de entrega. Ao adotar esse sistema, as empresas podem aproveitar uma série de benefícios, como redução de custos, aumento da produtividade, melhoria da qualidade e maior flexibilidade no planejamento logístico.
Hoje, quero conversar com você sobre como o método Milk Run pode otimizar sua cadeia de suprimentos e aumentar a eficiência operacional, resultando em um processo logístico mais ágil. Confira!
O que é Milk Run?
O Milk Run, ou “corrida do leite”, é um processo baseado nos antigos modelos de entrega de leite nos Estados Unidos, durante o século 20. Nessa época, as pessoas costumavam deixar as garrafas vazias em suas portas durante a noite. Pela manhã, o leiteiro recolhia essas garrafas e substituía pelas cheias.
A principal vantagem desse processo é a eficiência: o leiteiro realiza todas as etapas em uma única visita. Ele entrega o leite ao cliente, recolhe as embalagens vazias e as leva de volta.
Dessa forma, ele economiza tempo e otimiza o transporte, pois faz apenas uma viagem para devolver as garrafas vazias e pegar as cheias.
Quais são as vantagens do método Milk Run?
Um estudo realizado pela Fundação Dom Cabral mostrou que, no Brasil, 12,37% da receita das empresas é destinada aos custos logísticos, sendo que, desta porcentagem, 63,5% são para o transporte. Isso mostra como é importante que a organização saiba utilizar métodos que auxiliem na otimização de recursos.
O método Milk Run é fundamental para maximizar a eficiência das entregas e realizar todas as tarefas relacionadas a uma determinada rota de uma única vez. Assim, quando a empresa define o percurso, ela não vai se limitar apenas a uma atividade específica. É importante aproveitar a oportunidade para realizar outras tarefas que estejam relacionadas.
Essa estratégia visa otimizar a rota do caminhão, minimizando a quantidade de deslocamentos de volta à sede. Ao realizar todas as tarefas adicionais, a organização evita a necessidade de retornar várias vezes à base, economizando tempo, combustível e recursos. Além disso, ao incorporar outras atividades, é possível aumentar a eficiência geral do processo.
Como o método Milk Run pode ser usado na prática?
Nós temos um exemplo de cliente que é uma indústria química com foco em matérias-primas, como ácido sulfúrico e outros tipos de ácidos, que precisam ser armazenados em tambores especiais.
Esses tambores têm um custo elevado e estão constantemente em movimento. Ao sair, o caminhão tem uma rota específica, como: entregar 20 tambores em uma empresa, 15 em outra e, em uma terceira, apenas pegar os que estão lá, sem fazer nenhuma entrega.
Ou seja, existem organizações que vendem em embalagens cujo custo é alto e que vale a pena buscá-las, principalmente quando é aproveitada a rota.
Outro exemplo é de empresas de cidades do interior que possuem fornecedores e clientes na capital. Quando precisam realizar entregas, enviam seu caminhão a fim de fazer a rota necessária.
Após concluírem, aproveitam também para visitar os fornecedores e buscar os itens adquiridos para levá-los à sede da empresa. Essa estratégia traz vantagens significativas, pois reduz os custos de compra.
Ou seja, ao buscar os produtos pessoalmente, evita-se o pagamento do frete, uma vez que os itens são enviados como FOB (Free On Board). Dessa forma, o cliente vai até o fornecedor para retirar as mercadorias.
Além disso, essa prática aumenta a eficiência da rota do caminhão: em vez de retornar vazio, volta carregado com insumos e componentes adquiridos. Ao otimizar o processo dessa maneira, é possível aumentar a produtividade da empresa e garantir a disponibilidade dos materiais necessários para o negócio.
Como implementar o Milk Run na sua empresa?
O conceito fundamental do Milk Run é centralizar a coleta ou entrega de materiais em um único ponto, por meio de rotas pré-determinadas e programadas, em vez de realizar viagens individuais para cada local de fornecedor ou cliente. Dessa forma, é possível combinar várias entregas e coletas em um único trajeto.
Mas, para que esse método funcione e traga benefícios para a organização, é necessário fazer a implementação correta. Alguns passos são importantes, como:
- Análise da cadeia de suprimentos: identificar todos os fornecedores, clientes e locais de produção envolvidos no fluxo logístico;
- Identificação dos pontos de coleta e entrega: podem incluir fornecedores, centros de distribuição e clientes. A ideia é agrupar as localizações próximas em uma única rota;
- Definição das rotas: o objetivo é criar trajetos que minimizem a distância total percorrida e reduzam o tempo de viagem;
- Programação e horários: uma programação bem planejada ajuda a evitar atrasos e garantir que todas as operações ocorram de maneira coordenada;
- Comunicação com fornecedores e clientes: informar a todos os envolvidos sobre logística, horários de coleta/entrega e quaisquer outros requisitos específicos;
- Monitoramento e ajustes: rastrear métricas-chave, como custos de transporte, eficiência das rotas, cumprimento dos horários e satisfação do cliente;
- Avaliação dos resultados: analisar se houve melhorias significativas na eficiência logística, redução de custos, aumento da produtividade e satisfação do cliente.
E, para conseguir fazer todo esse controle, não basta boa vontade e um controle feito em planilha de Excel. É preciso contar com um sistema de gestão (ERP) que te ajude a montar uma métrica de agendamento de compras, de vendas e de roteirização para maximizar o seu custo e a sua estrutura de frete.
Isso pode significar até mesmo, em vez de ter dois caminhões, sendo um para entrega e outro para coleta, ter um caminhão só para fazer tudo. A sua produtividade pode aumentar e você conseguirá transformar a sua logística em um item de diminuição de custos.
Aproveite para assistir ao vídeo em que falo sobre Milk Run.
Você tem alguma experiência nesse aspecto ou já fez algo parecido, mesmo sem conhecer o método Milk Run? Inscreva-se no canal do Mestre do ERP e compartilhe sua experiência nos comentários.