O excesso de automação pode levar a uma dependência exagerada da tecnologia, criando vulnerabilidades e pontos fracos na operação da sua empresa. Além disso, a automatização excessiva pode gerar perda de habilidades humanas importantes, como a capacidade de resolver problemas de forma criativa e adaptar-se às situações.
Hoje, quero conversar com você que busca entender os limites da automação no ERP, considerando como ela pode ser vantajosa, mas também prejudicial para a sua empresa. Vamos lá?
A importância de não utilizar em excesso a automação no ERP
Você tem medo da automação por receio de perder o controle? Esse é um ponto muito importante para abordar, pois existe um limite para tudo, e o excesso de automação às vezes é tão prejudicial quanto a falta dela.
Eu participei recentemente de um treinamento em que foi estudado o caso Boeing, dos aviões que caíram recentemente. E um dos motivos da queda (não o único) é que foi detectado um excesso de automação, em que o software tomava decisões e executava operações sem que os pilotos tivessem conhecimento exato do que estava sendo feito.
Quando se automatiza demais o processo e os seres humanos deixam de atuar diretamente, eles passam a não lembrar do funcionamento e, às vezes, a automação é tão complexa e tão cheia de caminhos que, no momento em que alguma coisa acontece, não é possível compreender.
O processo excessivamente automatizado ganha uma vida própria que ninguém mais compreende e isso representa uma série de riscos para as operações das empresas.
Nas minhas experiências com implantação de ERP, já passei por situações em que o cliente desejava cortar custos e ser mais moderno. Com isso, cometeu excessos de automação que atrapalhavam o crescimento do negócio.
Em um dos casos que presenciei, o cliente procurava automatizar o telemarketing de venda, optando pela tecnologia no atendimento, em vez de ter um vendedor. Com isso, o próprio sistema passou a se comunicar com o cliente. Mas, ao final de alguns meses, chegou-se à conclusão de que o ticket médio havia caído.
Os clientes se adaptaram à nova forma de atendimento, mas reduziram seus gastos por não ser um contato com um vendedor, que ficava ali oferecendo algo mais a partir da interação com o comprador. Claro, os custos caíram, mas essa falta de calor humano na relação levou também a uma queda do ticket médio e das vendas.
Após o ocorrido e toda a perda de lucratividade, a empresa deixou de lado esse excesso de automação e voltou a atuar com os vendedores. Essa sim é uma estratégia inteligente: quando os seres humanos fazem o contato com o cliente e o sistema é um aliado para reduzir tarefas repetitivas e burocráticas.
Uma pesquisa da PwC mostrou que 45% dos profissionais entrevistados se sentem ameaçados pela automatização e 53% acreditam que esse avanço tecnológico pode tornar o trabalho humano obsoleto. Mas é importante entender que o ERP é um sistema para auxiliar e não para substituir as pessoas.
O software não pode pensar o tempo todo sozinho. Se acontecerem problemas externos, como a falta de energia elétrica e internet, por exemplo, o processo que é automatizado vai consequentemente parar e ninguém vai saber o que fazer. E, com isso, a empresa para.
Por isso, o meu recado é que a automação é essencial, é excelente e faz parte da realidade do século XXI, que é sim uma era em que tudo está sendo automatizado. Porém, a automatização precisa ser um recurso para conduzir os seres humanos à ação e não para engessá-los no processo. Porque isso pode resultar em um desastre, como o que eu citei anteriormente do caso Boeing.
Falei sobre isso no meu canal.
O medo da automação no ERP também é prejudicial
É comum que alguns gestores demonstrem medo de automatizar processos com a justificativa de que podem “perder o controle” de certas situações nas empresas. Com isso, me deparo com pessoas que fazem questão de realizar os processos de forma manual, item por item.
Às vezes, são centenas e até são milhares de operações em que o profissional passa horas fazendo verificações que não agregam nenhum valor ao processo. Existem ocasiões em que as pessoas captam algum problema e isso, consequentemente, tem valor, pois a empresa poderia ter prejuízo ou faria algo errado, se aquela conciliação não tivesse sido feita.
No entanto, essa tarefa repetitiva, que está sujeita a uma métrica muito clara, pode ser muito melhor executada por um sistema de ERP, uma vez que você estipula quais são os critérios que o ERP precisa seguir para fazer as conciliações, as verificações e as validações.
O sistema é muito mais eficaz do que qualquer ser humano, que está sujeito a perder a atenção ou deixar passar algum pequeno erro. Existem algumas empresas nas quais esse temor está disseminado na cultura da organização, em nível tanto operacional quanto gerencial, e também dos próprios proprietários.
As pessoas têm medo de automatizar processos porque temem perder o controle, e preferem fazer os processos de forma manual, que são mais demorados e que não agregam à empresa.
O ERP realiza as atividades de modo muito mais rápido, otimizando o tempo das pessoas para que elas se dediquem às tarefas que o sistema não pode fazer. Dessa forma, há um crescimento da produtividade e, consequentemente, da lucratividade.
Veja o vídeo em que falo sobre isso no meu canal.
E você, tem alguma experiência positiva ou negativa quando falamos em automatizar seus processos, seja com relação ao excesso ou ao medo da automação? Inscreva-se no canal do Mestre do ERP e compartilhe sua experiência nos comentários!