Manoel Prudêncio Menezes, diretor executivo de tecnologia da brasileira Sankhya, fala sobre a BIA, a IA da Sankhya, e sobre os planos de expansão da companhia
Por Daniel dos Santos, editor do AIoT Brasil
Com 49 unidades de negócio, mais de 1800 funcionários e 14 mil clientes no Brasil, a Sankhya é uma das maiores empresas de soluções de gestão corporativa do país. Em 2020, o GIC, fundo soberano de Singapura, se tornou acionista minoritário da empresa, investindo quase meio bilhão de reais na empresa brasileira. Em 2017, a empresa lançou a BIA que, segundo a companhia, foi a primeira assistente virtual do mercado de ERP com inteligência artificial. E dois anos depois anunciou uma plataforma colaborativa baseada no conceito Enterprise Intelligence Platform, que realiza análises preditivas baseadas no comportamento do usuário.
Em entrevista ao AIoT Brasil, Manoel Prudêncio Menezes, diretor executivo de tecnologia da Sankhya, fala sobre como a inteligência artificial auxilia os gestores a antecipar o futuro e otimizar os processos de negócio e aborda os planos de expansão da empresa no Brasil para 2022, que incluem ampliar sua equipe em cerca de 200 funcionários, com foco em profissionais TI.
AIoT Brasil: A Sankhya é uma empresa provedora de soluções de gestão corporativa, o famoso ERP. Como a inteligência artificial se adapta a esse tipo de solução e que benefícios ela oferece?
Manoel Prudêncio Menezes, diretor executivo: Para facilitar o entendimento vou dar alguns exemplos baseados em agrupamentos de IA aplicada:
- O reconhecimento facial melhora a segurança na empresa.
- O reconhecimento de voz melhora a acessibilidade e permite interações sem as mãos.
- A sintetização de voz amplia as possibilidades de entrega de informações.
- Algoritmos preditivos diminuem tempo de entrega, diminuem níveis de estoque.
- A combinação deles permite diminuir o risco na concessão de crédito, por exemplo, diminuindo fraudes de identidade e analisando comportamentos de compra.
AIoT Brasil: Em 2017 vocês lançaram a assistente virtual BIA, que como o nome sugere, utiliza inteligência artificial. Quais são os principais diferenciais da BIA para as empresas?
Manoel Prudêncio Menezes: A BIA coloca o poder de gestão na palma da mão do gestor, possibilitando o acesso aos principais indicadores de resultados de qualquer lugar, a qualquer momento pelo celular com interação facilitada por comandos de voz. Assim, fica fácil para o gestor estar sempre acompanhando a performance da empresa mesmo a distância e sem precisar de um computador.
AIoT Brasil: Como a BIA auxilia os gestores a antecipar o futuro e otimizar os processos de negócio? Ela usa machine learning?
Manoel Prudêncio Menezes: Ela está presente, por exemplo, na melhoria das respostas às perguntas do gestor, no reconhecimento de voz para entender as perguntas e na sintetização de voz para dar as respostas. Mas vale ressaltar que a Machine Learning é apenas um pedaço do grande quebra cabeça que conhecemos como IA.
AIoT Brasil: O Bradesco também tem uma inteligência artificial chamada BIA, desenvolvida quase na mesma época. Afinal, qual BIA nasceu primeiro? Como vocês lidam com essa questão?
Manoel Prudêncio Menezes: São acrônimos diferentes e nós lançamos a BIA antes, inclusive com pedido de registro de nome anterior ao lançamento do Bradesco. E não vemos essa situação de forma negativa, inclusive acreditamos que ajudou a tornar o nome Bia associado a uma inteligência artificial de forma muito mais rápida.
AIoT Brasil: Vocês utilizam IA em alguma outra solução?
Manoel Prudêncio Menezes: Nós usamos IA também no núcleo do sistema para algumas ações de usuários. Por exemplo, alguém pode solicitar ao sistema, por voz, que faça o cálculo da folha de um determinado funcionário.
AIoT Brasil: Como você avalia o potencial da tecnologia de inteligência artificial no mercado de negócios?
Manoel Prudêncio Menezes: Em alguns negócios o uso de IA já está relativamente maduro e gerando bons resultados, mas a maioria dos negócios ainda está engatinhando quanto ao uso efetivo desta tecnologia, então o potencial é gigantesco e com certeza trará vantagens para as empresas que conseguirem utilizar de maneira assertiva a IA para otimizar seus negócios. Além disso, a evolução do mundo digital está acontecendo de forma rápida, junto com a evolução dos dados gerados pelo consumo de produtos e serviços, assim podemos concluir que o futuro das empresas depende da tecnologia da Inteligência Artificial.
AIoT Brasil: A Sankhya acabou de inaugurar uma Unidade de Negócios em Goiás. Quantas unidades a empresa tem no Brasil e quantos funcionários? Teremos novas contratações?
Manoel Prudêncio Menezes: São 49 unidades espalhadas por todo o Brasil e uma rede composta por quase 2 mil colaboradores. Devemos ter um crescimento de 10% na equipe em 2022, com foco em contratações na área de tecnologia. Para saber mais sobre as vagas na Sankhya, vale visitar https://www.sankhya.com.br/carreira/
AIoT Brasil: Em 2020, o GIC, fundo soberano de Singapura, se tornou acionista minoritário da Sankhya, investindo quase meio bilhão de reais na empresa. A empresa pretende captar novos investimentos ou mesmo adquirir empresas? Se sim, em quais áreas?
Manoel Prudêncio Menezes: Nossa expectativa é continuar crescendo em faturamento e em vendas, o que inclui novas aquisições. Não temos uma área com foco específico, podemos dizer que vamos atrás de empresas que tenham relação com o que buscamos entregar aos nossos clientes.
AIoT Brasil: Como foi o ano de 2021 para a empresa e qual a sua expectativa para 2022?
Manoel Prudêncio Menezes: Os números relacionados ao balanço de 2021 ainda estão sendo consolidados, mas podemos adiantar que foi um ano de crescimento para Sankhya, com a abertura de várias unidades de negócios espalhadas pelo Brasil. Para 2022 nossa expectativa é de continuar crescendo e expandir ainda mais nossa atuação com a inauguração de novas unidades.
ERP movido a inteligência artificial – AIoT Brasil