Agilidade cabe em (quase) qualquer negócio

Alguns fatores influenciam para definir se um ambiente de negócios é favorável ou desfavorável à agilidade. Entre eles, a quantidade de interesses envolvidos, os objetivos de cada área, o tipo de mercado, as condições de aceitação de erros e a capacidade de articulação entre as partes envolvidas. Camila cita o exemplo da indústria aeroespacial, onde os ciclos de desenvolvimento de novos projetos são muito longos, há interesses governamentais e diferentes processos rigorosos. A medicina, no que diz respeito aos procedimentos médicos, também é desfavorável, porque envolve muita complexidade entre o diagnóstico da doença e a cura. Em contraponto, na indústria de medicamentos e vacinas é possível enxergar a agilidade, em especial no desenho das etapas de trabalho, testes e validação de experimentos de medicamentos. Para ilustrar: durante a pandemia da Covid, a medicina não podia fazer experimentações, não se pode errar quando há vidas humanas envolvidas. Já a indústria farmacêutica, até desenvolver a vacina, trabalhou de forma organizada, fez testes, corrigiu rotas, até chegar à versão aprovada para aplicação em seres humanos. Isso não quer dizer que exista uma regra: algo pode, algo não pode. Camila lembra que em UTIs, por exemplo, é possível identificar a existência de Kanbans, quadros de gestão à vista, onde enfermeiros e médicos enxergam tudo o que acontece com cada paciente. A agilidade não é binária, é situacional. Às vezes o cenário corporativo é desfavorável, mas em alguma área da empresa a cultura pode estar presente.