Uma pesquisa feita recentemente pela Global Entrepreneurship Monitor 2020 (GEM) em parceria com o Sebrae mostra que, no Brasil, existem mais de 30 milhões de empreendedoras mulheres, em um universo total de 52 milhões. O programa da ESPN “Classe das Campeãs” faz parte dessa lista de iniciativas de trabalhadoras femininas e cresce cada dia mais.
O “Classe das Campeãs” é um projeto criado por duas mulheres brasileiras apaixonadas por esportes e comprometidas em gerar um impacto na vida de centenas de meninas que enxergam no esporte um sonho de vida.
A iniciativa conta, em formato de masterclass (vídeo), histórias de mulheres esportistas bem sucedidas e inspiradoras que fazem ou já fizeram a diferença no esporte brasileiro. Cada jornada apresentada no “Classe das Campeãs” reverte parte do lucro para um projeto social indicado pela atleta protagonista.
As aulas/masterclass são divididas em práticas e mentais e podem ser implementadas e adaptadas para qualquer empresa.
Tanto nos esportes quanto nos negócios, assuntos como consistência, aprimoramento, preparo para gestão, conhecimento e outros são muito importantes e aplicáveis. Saiba agora como uma mentalidade campeã pode ajudar na sua empresa.
O cenário da mulher no mercado de trabalho
O “Classe das Campeãs” mostra a vitória de mulheres esportistas e o caminho até o sucesso, que nem sempre é fácil. A história das mulheres no mercado de trabalho começa durante a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, quando os homens iam para as batalhas e as mulheres assumiam os negócios da família e a posição dos homens no mercado de trabalho.
No século XIX, com a revolução industrial, a mão de obra feminina passou a ser muito importante dentro das fábricas para operar as máquinas. Na época, as mulheres eram contratadas porque aceitavam salários inferiores aos dos homens, faziam os mesmos serviços, ou mais e ainda admitiam jornadas de trabalho de 14 a 16 horas por dia. Além disso, cuidavam dos afazeres domésticos e dos filhos.
No Brasil, a história das mulheres no mercado de trabalho acompanha os movimentos internacionais. Atualmente, elas têm adiado a maternidade ou reduzido o número de filhos para poderem conciliar melhor o papel de mãe e trabalhadora. Tudo isso para conquistar igualdade, salários equiparados, flexibilidade, independência financeira e emocional.
Diferentemente dos homens, as empreendedoras brasileiras não buscam o empreendedorismo somente para conseguir renda extra, mas independência financeira e tempo. Os principais motivadores das mulheres atualmente são: conciliar a vida pessoal e profissional e se estabelecer no mercado de trabalho.
Nos últimos dois anos, com a pandemia gerada pelo Covid-19, o número de empreendedoras no país aumentou. De acordo com a Rede Mulher Empreendedora (RME), a quantidade de empresárias mulheres aumentou 40% em 2020.
E não foi somente a quantidade de negócios que aumentou. A gestão também melhorou. Em 2020, uma pesquisa realizada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostrou que as empreendedoras brasileiras foram mais rápidas do que os homens na hora de implementar inovações nos negócios e digitalizar as operações.
Ainda de acordo com a pesquisa, cerca de 71% das empreendedoras brasileiras usam redes sociais, aplicativos e a internet para vender produtos e serviços, contra 63% dos homens. E 11% das empreendedoras disseram ter inovado nos negócios durante a crise, enquanto somente 7% dos homens declararam ter olhado para esse quesito.
Quanto à força de trabalho, as mulheres correspondem a 41% da população, mas ocupam somente 24% dos cargos de gerência. E o número de mulheres em cargos executivos das 300 maiores empresas brasileiras subiu de 8%, em 1990, para 13%, em 2000.
Mesmo que o cenário para as mulheres esteja melhorando, as empreendedoras brasileiras ainda recebem, em média, o correspondente a 71% do salário dos homens. A diferença é mais latente nas funções menos qualificadas. Quando atingem o topo da carreira, as mulheres quase alcançam os salários dos homens.
Vários estudos mostram que, no mercado de trabalho, as mulheres são ainda preferidas para as funções de rotina e menos complexas.
E nem mesmo as regulamentações atuais sobre igualdade entre gêneros no mercado de trabalho brasileiro atendem às necessidades de paridade entre homens e mulheres.
- O artigo 5º da Constituição de 1988 assegura a igualdade de todos perante a lei, “sem distinção de qualquer natureza (…)”.
- O artigo 461 da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) proíbe a distinção de remuneração entre os que exercem idêntica função, na mesma localidade e para o mesmo empregador.
- A Lei nº 9.029/1995 elenca práticas discriminatórias que constituem crimes.
- A CLT também proíbe anúncios de emprego que façam referência ao sexo, salvo quando a natureza da atividade o exigir.
Apesar do direito brasileiro estipular as regulamentações para garantir os direitos das mulheres, também garante ao empregador o poder de demitir sem qualquer motivo.
É importante lembrar que a evolução do mercado de trabalho feminino não foi acompanhada por políticas de valorização do trabalho delas. Nem o cuidado com os filhos passou a ser compartilhado, criando-se assim a dupla jornada.
Portanto, a necessidade de um preparo ainda maior da mulher para enfrentar o mercado de trabalho e conciliar as diversas áreas da vida se faz presente.
O “Classe das Campeãs” mostra a importância da luta e das conquistas das mulheres no mercado esportivo, ambiente primordialmente dominado por homens. No mercado financeiro, de capitais, empresarial, nas indústrias e em diversas outras áreas, não é diferente.
As mulheres ainda buscam espaço e equidade e o preparo emocional e empoderamento feminino se tornam ainda mais importantes.
Entenda por que o preparo emocional é fundamental para qualquer pessoa.
Qual a importância do preparo emocional e do empoderamento feminino no mundo dos negócios?
De acordo com a Fundação Instituto de Administração (FIA), o equilíbrio emocional é uma competência necessária para manter relacionamentos saudáveis, mudar comportamentos destrutivos e assumir o protagonismo na carreira. Além disso, contribui para uma sensação de bem-estar interno, com benefícios na qualidade de vida, autoconfiança e motivação.
Pessoas equilibradas emocionalmente conseguem alterar padrões de conduta nocivos, como as reações impulsivas após receber uma crítica, por exemplo. Dentro do ambiente corporativo, manter o equilíbrio emocional é fundamental para o sucesso individual e coletivo.
Já o empoderamento vai além do significado de promoção de poder, autoridade e afirmação. Pode ser visto como representatividade, sororidade e colaboração, soma que resulta no “empoderar”.
Empoderar é enaltecer. Seja homens ou mulheres. Qualquer empresa ou negócio de sucesso deve empoderar os colaboradores e funcionários, independente do gênero. O que deve prevalecer é a competência e a qualidade do trabalho executado.
O que podemos aprender com o esporte para o mundo corporativo?
Conquistar a vitória é uma das premissas das empresas e também do esporte. Ambos passam por processos de definição de metas e objetivos, treinamento, derrotas, aprendizados, alinhamentos e adaptações, entre outros.
Os profissionais do esporte, assim como os do universo corporativo, industrial e empresarial, devem desenvolver habilidades e competências similares, como: consistência para seguir e evoluir os processos, foco no preparo e no aprimoramento, bem como visão do todo, saber fazer boa gestão de recursos, ter conhecimento e contar com boas ferramentas de tecnologia.
É indispensável que esses profissionais desenvolvam inteligência emocional, já que trabalham em equipe ou com outras pessoas. Implantar táticas e estratégias do esporte nos negócios pode ser um bom método para o sucesso.
O programa “Classe das Campeãs” é focado para mulheres, mas os aprendizados podem ser aplicados também para todos. A iniciativa com apoio da Sankhya será o “Meninas em Campo”, apoiado por Aline Reis, ex-goleira da seleção brasileira feminina de futebol.
Vizinho da Favela São Remo, em São Paulo, o projeto “Meninas em Campo” atende mais de 150 jovens (entre 9 e 17 anos) que não contam com um espaço seguro para jogar futebol. Em 2020, seis meninas que passaram pelo projeto foram convocadas para a Seleção Brasileira de Futebol Feminino sub17.
O projeto foi desenvolvido para ensinar detalhes da prática do futebol e agregar experiência para as meninas que gostam do esporte. O objetivo é fomentar, cada vez mais, o amor e a paixão pela modalidade, para influenciar mais pessoas, principalmente as mulheres. O programa traz informações sobre alta performance, fundamentos do jogo, conteúdo motivacional e a essência do que é a modalidade.
Disponível no ESPN 2 e Star +
A Jornada Aline Reis, da “Classe das Campeãs”, já está disponível no ESPN2 e Star +. São 7 aulas que tratam de fundamentos, preparo, evolução no esporte e mais. Temas como consistência, responsabilidade, atitude e confiança estão nas aulas, 20% do lucro da Jornada Aline Reis foi doado ao Projeto Meninas em Campo, um projeto social localizado no Butantã em SP que desenvolve meninas de 9 a 17 anos através do futebol.
A importância da leitura da jogada, participação ofensiva, treino, força e mentalidade são elencados como bases fundamentais para o sucesso de uma esportista e também tem a mesma importância nos negócios. Vale a pena assistir!