Segundo especialista, o segredo está em aprender sobre essas emoções, enfrentá-las e então conseguir gerenciá-las
O lançamento de “Divertidamente 2” pela Pixar trouxe ao público novas emoções e personagens, como a Ansiedade, Inveja, Tédio e Vergonha. Embora considerado um filme infantil, é possível refletir sobre essas emoções no ambiente de trabalho.
Mariá Menezes, Diretora de Pessoas e Cultura da Sankhya, uma das principais desenvolvedoras de software de gestão empresarial (ERP/EIP) do país, destaca como essas emoções se manifestam no ambiente corporativo e dá dicas práticas de como lidar com elas. Confira:
Ansiedade
A ansiedade é uma emoção cada vez mais presente no mercado de trabalho, impulsionada por prazos apertados, alta demanda e incertezas econômicas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil tem a maior prevalência de ansiedade no mundo, com 9,3% da população sofrendo do transtorno.
“Existem algumas formas de combater a ansiedade, mas é importante primeiro entender a causa. Pode haver um gap de conhecimento para executar uma atividade; nesse caso, o caminho é traçar um plano de desenvolvimento para conseguir fazer as entregas com maior propriedade e tranquilidade. Se a causa for um excesso de demandas ou necessidade de organização no trabalho, é possível avaliar a própria gestão do tempo, seja por meio de uma plataforma digital ou de forma manual. Além disso, práticas de mindfulness, técnicas de meditação e respiração podem ajudar a buscar equilíbrio”, avalia Mariá.
Inveja
A inveja pode surgir em ambientes competitivos e tóxicos, que não possuem uma cultura de reconhecimento justo. Para evitar esse sentimento no ambiente corporativo, Mariá sugere: promover uma cultura de colaboração, incentivando trabalho em equipe, definindo metas compartilhadas; realizar exercícios de autoconhecimento para entender a origem do sentimento, atuar com transparência, compartilhando com líderes e colegas para desenvolver uma cultura de colaboração na empresa, focar no desenvolvimento pessoal, permitindo celebrações de conquistas coletivas.
“Outra dica é sempre se autoavaliar. Se perceber sentimentos como ansiedade ou outro sentimento negativo, use-os a seu favor, transformando-os em oportunidades de desenvolvimento para potencializar sua carreira”, reflete Mariá.
Tédio
“O tédio ocorre quando os funcionários não encontram desafios ou estímulos suficientes em suas tarefas diárias. Isso pode resultar de atividades repetitivas, ausência de oportunidades de crescimento ou falta de reconhecimento. Quando os profissionais não se sentem engajados, a motivação e a produtividade tendem a diminuir, afetando negativamente o desempenho individual e o ambiente de trabalho como um todo”, comenta Mariá.
Entre as dicas, estão: Buscar e propor novos desafios e responsabilidades, promover e estimular a participação em cursos e workshops para atualização, variar os assuntos e tarefas para inspirar de maneiras diferentes.
“Momentos de pausa são importantes e não devem ser encarados como tédio. Esses momentos podem ser bons para repensar e oxigenar. Uma lição importante é: precisamos desacelerar para continuar o movimento”, conclui Mariá.
Vergonha
A vergonha pode surgir no ambiente de trabalho quando há críticas excessivas ou feedbacks conduzidos de maneira a expor as pessoas, levando os funcionários a evitar tomar a dianteira em projetos ou compartilhar novas ideias, temendo julgamento ou rejeição. Isso pode resultar em um ambiente menos inovador e dinâmico, onde oportunidades de melhoria e crescimento são perdidas devido ao medo de exposição ou falha.
Para combater a vergonha, é importante: Contribuir para a construção de um ambiente transparente, tolerar erros não intencionais, implementar ferramentas de escuta e colaboração, como pesquisas ou grupos focais, que estimulem a participação e o envolvimento.
O filme “Divertidamente 2” explora a complexidade das emoções humanas e como elas impactam nossas vidas. Para Mariá Menezes, “é preciso compreender e gerenciar as emoções. Para isso, a principal dica é enfrentar os medos e as emoções, não escondê-las, mas tomar um papel protagonista para aprender a lidar com elas.”
Matéria publicada no Terra